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Meio ambiente: brasileiros se preocupam, mas quase não agem

Quando o assunto é preservação ambiental, 59% dos brasileiros consideram a questão prioritária sobre o crescimento econômico. No entanto, partir para ação ainda não está no consciente das pessoas, principalmente se envolverem custos financeiros. É o que mostra a pesquisa “Sustentabilidade Aqui e Agora”, encomendada pelo Walmart e o Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O estudo, executado pela Synovate, foi apresentado nesta quinta-feira (25/11) e revela hábitos de 1,1 mil pessoas em 11 capitais: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

No levantamento, 26% dos entrevistados disseram estar bem ou muito bem informados sobre o meio ambiente, 52% mais ou menos informados, e os restantes 22% mal ou muito mal informados. Com relação aos principais problemas em sua cidade, 30% elegeram em primeiro lugar a saúde e, 24%, a criminalidade, enquanto 13% citaram o meio ambiente.

Cerca de 85% dos entrevistados concordam que qualquer mudança que o ser humano cause na natureza vai piorar as coisas. Sobre as ações feitas nos últimos 12 meses, 45% evitaram jogar produtos tóxicos no lixo comum, 41% consertaram algum produto para prolongar sua vida útil e 31% deixaram de comprar algum item por conta de informações no rótulo.

Já sobre a destinação correta de resíduos, a pesquisa faz alguns alertas: mais de 70% dos entrevistados jogam pilhas e baterias no lixo comum; 66% descartam remédios no lixo doméstico; 33% jogam tintas e solventes no lixo doméstico; 39% descartam óleo usado na pia da cozinha e 17% possuem lixo eletrônico em casa.

Foi também lembrado o papel que os supermercados podem desempenhar na educação do consumidor, como os postos de coleta de material reciclável, informações sobre sustentabilidade nos produtos para facilitar a escolha e a oferta de mais itens saudáveis.

O que fazer?

Entre as atitudes às quais os consumidores estariam dispostos a adotar no dia a dia, 66% destacaram a separação do lixo doméstico, 63% o não desperdício de água e 46% falaram do consumo menor de energia elétrica, entre outros. Por outro lado, apenas 12% disseram que pagariam imposto para despoluir rios, 9% pagariam a mais por produtos orgânicos e 7% comprariam eletrodomésticos mais caros se fossem mais econômicos.“O consumidor, de um modo geral, se preocupa mas não aceita pagar essa conta”, ressalta Samira Crespo, secretária de articulação do Ministério do meio Ambiente.

Outro dado indica que os brasileiros apostam na próxima geração para solidificar uma sociedade mais atuante em prol do meio ambiente: 63% dizem que a escola é o local mais apropriado para a construção de uma consciência ambiental, seguido de comunidades (58%) e igrejas (43%). “Na nossa opinião, isso é bom mas pode estar escondendo uma omissão em agir”, observa Samira.

O estudo conclui que a população revela uma preocupação expressiva em relação a temas como meio ambiente, saúde e qualidade de vida. Contudo, há pouca disposição para mudanças que dão trabalho ou envolvem custos. Ou seja, ainda há uma razoável distância entre a intenção e o gesto, embora haja um terreno fértil para programas de educação ambiental e para campanhas que permitam que o meio ambiente vire um assunto do dia a dia.

Fonte: Consumidor Moderno
Escrito por Thiago Borges

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