As primeiras prisões femininas de que se tem relato no Brasil encontra-se no relatório penitenciário do antigo Distrito Federal e data de 1870. A história nos remete a um longo processo de dor e maus tratos dentro dos estabelecimentos prisionais. A mudança histórica foi gigantesca, porém seu desenvolvimento não está assegurado. Desde os primórdios o encarceramento feminino era destinado a excluir da sociedade as mulheres que tinham um comportamento considerado “desajustado” ou “desviado”, revelando os alicerces do patriarcado muito presente na sociedade e um caráter de penitência sobressalente ao da punição. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é discutir a relação entre a estrutura do Presídio Regional Feminino De Campina Grande/PB e à ressocialização das presas que viveram encarceradas lá. Para tanto, foi feita uma abordagem predominantemente qualitativa, mesmo sabendo das dificuldades encontradas e que são inerentes ao objeto da pesquisa, pois o acesso ao material de investigação pode ser difícil quando se lida com questões ligadas à criminalidade. Este estudo permite dar voz a quem não pode falar, ou seja: as mulheres dentro dos presídios e esquecidas pelo Estado, pela sociedade e até pela família. A vida por trás das grades traz relatos – assustadores – de mulheres abandonadas por aqueles que as levaram ao mundo do crime, histórias de quem quer iniciar uma nova vida e se deparam com as barreiras sociais que o estigma de ex-presidiária impõe. Dessa forma, necessário faz-se o enfrentamento dos dilemas do encarceramento feminino de forma corajosa, evidenciando o desrespeito as normas que o regulam no Brasil e as questões inerentes ao universo da mulher.

DATA: 2019

AUTOR: Jaqueline dos Santos

ORIENTAÇÃO: Valdeci Feliciano Gomes

TIPO DE PUBLICAÇÃO: Monografia

ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Sociais – Direito

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